quinta-feira, 28 de junho de 2007

A peneira

Em nossas andanças pelas reservas indígenas nos deparamos com diferentes afazeres dos habitantes. Entre eles, a sua relação íntima com o meio ambiente, em particular, a água. Em alguns momentos nosso olhar encontrava imensas taquaras, recém trazidas da mata e, em outros, elas sendo ‘destaladas’ (transformadas em tiras) e tingidas em cores muito fortes e alegres, pelos artesãos, nas proximidades das casas e em pátios das aldeias.
As mulheres e, às vezes, as crianças encontravam-se dedicadas ao seu cotidiano
que é o artesanato dos trançados: cestos, peneiras, chapéus, armas e até arranjos mais modernizados













Entre todos os objetos trançados elegemos, a peneira, o elemento integrador, no projeto - Poética dos Trançados.
No decorrer do trabalho, em contato com os caciques, constatamos que a peneira, além das funções utilitárias, apresenta caráter simbólico-sagrado. Ela é cultuada com grande respeito porque, além de separar os grãos, essenciais para o seu alimento, faz parte de seus rituais xamanistas.
A partir da peneira tradicional (de até 50cm), as comunidades estão desenvolvendo peneiras de 80 a 150cm empregando, criativamente, os tradicionais trançados de seu artesanato.

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