quinta-feira, 28 de junho de 2007

A peneira

Em nossas andanças pelas reservas indígenas nos deparamos com diferentes afazeres dos habitantes. Entre eles, a sua relação íntima com o meio ambiente, em particular, a água. Em alguns momentos nosso olhar encontrava imensas taquaras, recém trazidas da mata e, em outros, elas sendo ‘destaladas’ (transformadas em tiras) e tingidas em cores muito fortes e alegres, pelos artesãos, nas proximidades das casas e em pátios das aldeias.
As mulheres e, às vezes, as crianças encontravam-se dedicadas ao seu cotidiano
que é o artesanato dos trançados: cestos, peneiras, chapéus, armas e até arranjos mais modernizados













Entre todos os objetos trançados elegemos, a peneira, o elemento integrador, no projeto - Poética dos Trançados.
No decorrer do trabalho, em contato com os caciques, constatamos que a peneira, além das funções utilitárias, apresenta caráter simbólico-sagrado. Ela é cultuada com grande respeito porque, além de separar os grãos, essenciais para o seu alimento, faz parte de seus rituais xamanistas.
A partir da peneira tradicional (de até 50cm), as comunidades estão desenvolvendo peneiras de 80 a 150cm empregando, criativamente, os tradicionais trançados de seu artesanato.

Palestra

Dia 21 de junho, foi apresentado o projeto Poética dos Trançados, na livraria Cultura. Entre os convidados, contamos com a presença do cacique Claudir da Silva e o Sr. Felipe da Silva da comunidade Lomba do Pinheiro e do cacique Darci Rodrigues Fortes da Comunidade de São Leopoldo, representando os Kaingang do Rio Grande do Sul.












sábado, 16 de junho de 2007

Para o acompanhamento deste projeto, estamos percorrendo, há quatro meses, terras e comunidades indígenas no norte do estado e em localidades vizinhas. Entre as reservas, as mais pitorescas foram as de Rio da Várzea e de Votouro, no alto Uruguai, junto à florestas e riachos. O contato com este povo e a paisagem foram descobertas impressionantes.






























Participantes

Ana Norogrando
Ceres Zasso Zago
Eleonora Fabre
Isabella Carnevalle
Marcelo Gobatto

Terras e Comunidades Indígenas


TI Cacique Doble
Coordenador: Eugênio Doble
Artesãos: Roseli Lautério

TI Guarita
Coordenadores: Sandra Bento e João Batista Matias
Artesãos: Adrinéia Ferreira, Augusta Bento, Cacilda Sales, Celita Ribeiro, Cerli Sales, Francisca Sales, João Batista Matias, Lauraci Bento, Loide Bento, Maria Carvalho, Marcelina Ferreira, Maria Geni Claudino, Maristane Sales, Marta Gabriel, Maurícia Bento, Neiva Bento, Nelci Bento, Nelci Sales, Noemi Gabriel, Reci Sales, Rosa de Oliveira, Sandra Bento, Silvana Ferreira, Sirlei Sales, Tereza Claudino

TI Inhacorá
Coordenador: Cacique Valmir Cipriano
Artesãos: Ana Paula Charque, Cinara Charque, Ivete da Silva, Jéssica Cipriano e Marisa Jerônimo

TI Irai

Coordenador: Cacique Roberto Carlos dos Santos
Artesãos: Adelaide Campolin e Avelino da Silva

TI Nonoai
Coordenador: Jair de Paula e Valmor Farias
Artesã: Gezen Garcia, Luiz Jacinto, Lúcia Eufrázio e Roseli Reis

TI Rio da Várzea
Coordenador: Cacique Wilson Moreira
Artesãs:

TI Serrinha
Coordenadora: Ângela Inácio Braga
Artesãos: Aristeu Amaro, Getúlio Amaro, José Cipriano, Mario Ferreira, Terezinha Leopoldino e Vilma Claudino.

TI Votouro
Coordenador: Darci Borges
Artesãos:Darci Borges, Edegar Borges, Márcia Borges, Vilma de Oliveira.

CI Estrela
Coordenadora: Cacique Maria Antonia Soares
Artesãos: Ajax Fortunato, Jairo Carvalho, Maria Antonia Soares, Marta Moreira e Neuza Cipriano.

CI Lomba do Pinheiro
Coordenador: Cacique Claudir da Silva.
Artesãos: Cleni Cavalheiro da Silva, Cleonice da Rosa e Jair da Silva

CI Morro do Osso
Coordenador: Vice-Cacique Francisco dos Santos
Artesãos:

CI São Leopoldo
Coordenador: Cacique Darci Rodrigues Fortes
Artesãos: Adelar Aires de Paula, Cleusa Lopes, Fátima Nascimento, Faustino Cipriano, Maria Rodrigues Fortes e Neiva de Fátima Garcia.



domingo, 3 de junho de 2007

Encontro com os artesãos




O Grupo Entranças apresenta A Poética dos Trançados que se constitui num projeto de instalação ambientada com objetos, imagens, som e luz.

Esta instalação propõe uma nova visualização dos trançados Kaingang, por meio de elementos símbolos desta cultura. Para isto está sendo desenvolvido, peneiras, em 12 Terras/Comunidades Indígenas, acompanhadas pelos integrantes do grupo e, um vídeo com imagens simbólicas desta etnia.

Um dos aspectos mais significativos deste trabalho é o entrelaçamento de duas culturas que pretendem a valorização e o resgate da tradição dos trançados Kaingang e sua divulgação.

A peneira, um objeto simbólico trançado, impregnado de significados é apresentada fora de seu tamanho e de sua função tradicional, numa poética onde, a tradição encontra a contemporaneidade.